21 de fevereiro de 2015

"Entre briga de marido e mulher ninguém mete a colher"

"Entre briga de marido e mulher ninguém mete a colher" - Provérbio português
 
Este provérbio sugere muita coisa e remete para outras tantas. No entanto, se calhar a mais óbvia será a temática da violência doméstica. Tem sido utilizado na campanha contra a Violência Doméstica mas com a frase “Entre marido e mulher deve meter-se a colher” porque com a entrada da nova lei contra esta problemática, este problema passou a ser considerado um crime público e não um assunto meramente doméstico.

A entrada em vigor do novo Decreto de Lei que regula a protecção das vítimas de violência doméstica fez com que se “metesse a colher” e muito mais. Todas as pessoas têm o dever de denunciar quando presenciarem ou tiverem conhecimento destas situações. É bastante habitual ouvir-se que num casamento ninguém deve opinar ou meter-se entre os assuntos do casal.

Até bem recentemente, ninguém tinha o direito de se intrometer nos assuntos privados de uma família. Isto fez com que durante muitos anos ocorressem situação de violência entre o casal e todas as pessoas fechavam os olhos, viravam a cara, etc. Antigamente, utilizava-se muito esta expressão quando existiam conflitos verbais ou não entre os dois elementos do casal. Remetia para que eles próprios resolvessem os seus problemas sem a ajuda de ninguém.

Esta nova lei proporciona às vítimas desta barbárie um conjunto de direitos que as ajuda a reerguer-se económica, social e emocionalmente. Apesar de na prática continuarem a existir muitos entraves, pelo menos, há agora uma resposta jurídica para estas vítimas saírem do pesadelo em que vivem e viveram.

Por isso, ainda bem que se mete a colher entre briga de marido e mulher para que se ponha um ponto final neste problema tão presente na nossa sociedade.

Quando um casal inicia uma vida em comum, é normal que haja interferência de ambas as famílias de origem. Cabe, no entanto, ao casal que estas interferências sejam ou não benéficas para o mesmo e para as suas decisões de vida. Além disso, os modelos de infância que cada elemento do casal aprende tendem a ser repetidos de geração em geração e, muitas vezes originam conflitos mais ou menos graves nas relações familiares. Dispensam-se as pessoas que têm como única intenção bisbilhotar e dar palpites sobre a vida dos outros e isto inclui pais, sogros, irmãos e amigos que desejam unicamente criticar, julgar e acusar. No entanto se o objectivo destes é unir, sugerir alternativas, novos caminhos e opções (que por vezes estão mesmo à frente do casal e este não vê, seja lá porque razão for) aceitam-se de bom grado.

Com o passar do tempo, se os conflitos não se resolvem, estes tendem a ser cada vez maiores e a relação de casal entra numa espiral tão negativa que nenhum dos elementos consegue comunicar, as ofensas e as acusações aumentam e, a tolerância acaba.

Quando o casal procura ajuda de um terapeuta é porque considera que a sua relação ainda tem alguma hipótese, como se fosse como uma última oportunidade antes de se decidirem pelo divórcio.

Meter a colher de forma terapêutica, ajuda o casal a pensar e a reformular a sua vida, os seus sentimentos, as suas decisões e os seus conflitos, de forma a encontrar as soluções mais adequadas a si mesmo. O casal aprende a conhecer-se melhor, enquanto casal e a vida melhora em todas as esferas.

As coisas não são tão preto e branco ou sim e não como algumas pessoas pensam, também existe o cinzento ou os “nins”, por mais que alguns não gostem desta cor ou situação. É muito importante existirem várias formas de olhar, várias perspectivas sobre uma mesma situação.

Tal como refere Salvador Minuchin “Todos os casamentos têm erros. Alguns casais têm mais sucesso do que outros a repará-los.”

6 de fevereiro de 2015

Mudanças - parte 2

Por aqui já estamos na casa nova, com as coisas arrumadas.
Sinceramente, não sei o que dá mais trabalho: se encaixotar as coisas quando estamos na casa antiga, se desencaixotar as coisas quando já estamos na casa nova.
Os antigos inquilinos deixaram a casa numa lástima de sujidade e imundice. Nunca tinha visto uma casa tão nojenta. Pelo menos podiam ter limpo alguma coisa antes de ir embora. Mas não, tanto não limparam como ainda deixaram dívidas de água, luz e gás para pagar. O que é sempre bom quando ligamos para fazer novas ligações e nos dizem do outro lado que "ah e tal, o Sr./Sra. não sei quantos deixou uma dívida para pagar ...".
Enfim, depois de conversa para lá e e-mails para acolá a comprovar que eram outros inquilinos a viver na mesma casa, lá vieram fazer a ligação.
Passo seguinte: limpezas. Valeu-nos a querida Fátima que nos deu uma ajuda brutal. A Fátima é daquelas pessoas que limpam "à antiga", limpa tudo, mas mesmo tudinho.
Depois das limpezas, começar a acartar caixas, caixinhas e móveis para a casa nova. Mas como é que é possível conseguirmos acumular tanta tralha em casa, que não utilizamos?!?!?!
Sala repleta de caixas e caixinhas, com móveis à mistura.
Fomos começando a colocar as caixas nas divisões respectivas, para que o arrumar não fosse tão complicado. E, sinceramente, foi o mais acertado.
Já conseguimos arrumar praticamente tudo, à excepção do hall de entrada e do escritório. No hall de entrada estão as malas das ferramentas (que ainda fazem falta para pendurar os quadros, varões dos cortinados, prateleiras, etc, etc. No escritório, roupa para passar, dossiers de papelada para arrumar e por aí adiante.
De resto, ainda nos estamos a habituar à casa nova, a novas rotinas (o Rui passou a ter que ir de carro para o trabalho ... já não está propriamente no cima da rua ...), mas estamos a gostar muito. Posso mesmo dizer que esta casa é o nosso lar e a outra não. Nunca consegui sentir a outra dessa maneira. Mas esta sinto! Pergunto-me a mim mesma porque razão será ... mas isso vai para um outro post.
E sim ... já devíamos ter decidido há muito tempo mudar de casa!!!